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Latinoam�rica
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Reeleger Lula e fazer luta de classes
As principais organiza��es do pa�s declaram voto no petista, afirmando que Alckmin representa o retrocesso
Eduardo Sales de Lima
BRASIL DE FATO
Os principais movimentos sociais do pa�s sinalizam o apoio a Luiz In�cio
Lula da Silva no segundo turno. � um voto de classe em defesa dos pobres.
Diferentemente do que ocorreu no primeiro turno, quando as organiza��es ecidiram
n�o apoiar abertamente nenhum dos candidatos, contra Geraldo Alckmin, que
disputa a Presid�ncia com o petista, a atitude vai ser outra.
Dos seis movimentos ouvidos pela reportagem do Brasil de Fato, a Confer�ncia
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) � o �nico que n�o afi rmou votar em Lula.
De acordo com a assessoria de dom Odilo Pedro Scherer, bispo em�rito de
Piracicaba (SP) e secret�rio- geral da entidade, ainda n�o h� um posicionamento
oficial at� o fechamento desta edi��o, dia 3. No primeiro turno, admite Nalu
Faria, da secretaria nacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil (MMM), a
entidade n�o apresentou apoio a nenhum candidato. "Agora � outra situa��o", diz.
Na avalia��o do movimento, composto por integrantes de v�rios partidos, o
mandato de Luiz In�cio Lula da Silva promoveu a recupera��o do papel do Estado
como provedor de pol�ticas p�blicas. Ela acredita que os principais movimentos
sociais do pa�s sinalizam o apoio � Lula no segundo turno, pois, afirma, os
petistas possuem um programa de governo mais preocupado com os pobres.
VOTO ANTINEOLIBERAL Gustavo Petta, presidente da Uni�o Nacional dos Estudantes
(UNE), revela que, em abril, no Conselho Nacional de Entidades de Base da
organiza��o, foi decidido apresentar aos candidatos de esquerda uma plataforma
baseada no Projeto Brasil, da Coordena��o dos Movimentos Sociais (CMS), conjunto
de propostas para desenvolver o pa�s, que indicava a necessidade de mudar a
pol�tica econ�mica, entre outros pontos. A entidade decidiu n�o apoiar nenhum
candidato, no primeiro turno. Contra Alckmin, salienta Petta, o movimento vai
apoiar Lula, "para n�o permitir o retorno da direita ao poder". Ele diz que o
tucano defende a cobran�a de mensalidades em universidades p�blicas, o que �
inaceit�vel para os estudantes. "O governo Lula tem o car�ter de defender o
ensino gratuito como algo estrat�gico para o desenvolvimento do pa�s. Essa � uma
diferen�a importante entre os dois projetos", arremata o representante
estudantil.
UNI�O CONTRA TUCANO "Com o advento do segundo turno, est�-se evidenciando a luta
de classes no Brasil", destaca Marina dos Santos, da coordena��o nacional do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ela considera que a elei��o
de Alckmin representaria, para os camponeses, mais repress�o e o avan�o do
agroneg�cio, e conclama outros movimentos a se unir contra o tucano. Para
Marina, � preciso apoiar Lula, visando o reacenso dos movimentos de massa no
Brasil.
"� importante refor�ar o debate com a sociedade contra o projeto que Alckmin
defende, que � mais atrasado, que tem muito racismo", explica. A dirigente conta
que o Movimento est� fazendo consultas nos Estados e aguardando opini�es das
coordena��es estaduais para saber como ser� o engajamento na campanha de Lula. "N�o
se deve considerar o segundo turno como um processo eleitoral, mas como um
momento decisivo para o Brasil", analisa o padre Dirceu Luiz Fumagalli, da
Comiss�o Pastoral da Terra (CPT), que disse apoiar Lula contra Alckmin. Ele
avalia que a campanha contra o tucano vai ser uma oportunidade para colocar o
povo nas ruas, articulando os movimentos sociais. "No primeiro turno, n�o foram
� rua. Se Lula quiser vencer, precisa se aproximar de sua base. A costura por
cima j� foi feita, agora deve ser feito o trabalho de base", conclui.
PARA OS TRABALHADORES O presidente da Central �nica dos Trabalhadores (CUT)
afirma que o apoio ao petista j� havia sido decidido no congresso nacional da
organiza��o, em junho. "Mais de 80% dos delegados presentes votaram em uma
resolu��o que apontava para a reelei��o do Lula, vinculando-a � apresenta��o de
uma plataforma dos trabalhadores a ser implementada no segundo mandato", relata.
O presidente da CUT afirma que o objetivo da resolu��o � impedir o retrocesso
representado pelo PSDB e pelo PFL, aliado dos tucanos, que privilegia a
privatiza��o, o Estado m�nimo e a flexibiliza��o dos direitos trabalhistas. Para
Artur Henrique, a luta de classes est� colocada desde o in�cio do processo
eleitoral, porque, no candidato de direita, h� uma atitude preconceituosa em
rela��o aos movimento sociais. Diz: "Tentam impor a id�ia de que um oper�rio n�o
pode governar um pa�s".
Fuente: lafogata.org